Desertificação, biodiversidade e semiárido foram temas abordados no IV Painel Paraibano de Mudanças Climáticas realizado em Campina Grande, nesta quinta-feira (4), promovido conjuntamente pelas Secretarias estaduais da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior e do Meio Ambiente e Sustentabilidade.
O evento aconteceu no Instituto Nacional do Semiárido (Insa), reunindo pesquisadores, gestores públicos, representantes do setor produtivo e da sociedade civil em um espaço de escuta, debate e construção coletiva. O principal objetivo é promover o diálogo entre ciência, políticas públicas e sociedade.
O painel foi marcado por palestras com especialistas em três eixos temáticos: Mudanças Climáticas e Desertificação; Mudanças Climáticas e Biodiversidade; e Mudanças Climáticas e o Semiárido.
“Estamos aqui discutindo e implementando medidas para um semiárido melhor, pulsante, e para que a Paraíba leve à COP30 propostas concretas diante desse grande desafio climático”, disse José Etham de Lucena Barbosa, diretor do Insa, na condição de anfitrião do evento.
E completou: “o semiárido é uma das regiões que mais sofrem com as mudanças. É um laboratório permanente de conflitos, adversidades, mas também de potencialidades. É a ciência do semiárido que dará respostas não só à mitigação desse grande evento climático mundial, mas também ao desenvolvimento sustentável dos povos da Paraíba”.
A relevância do painel, segundo seus organizadores, ganha ainda mais destaque este ano, diante da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém (PA), reunindo líderes globais, cientistas e ativistas para discutir o futuro climático do planeta.
Durante a abertura, o secretário executivo da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, Rubens Freire, destacou o papel do evento para a Paraíba no contexto da COP30. “Estamos no quarto painel paraibano sobre mudanças climáticas, um momento de extrema importância para o debate que está acontecendo no Brasil em torno da COP30. O Governo da Paraíba tem investido fortemente em ciência, tecnologia e inovação, e eventos como esse cumprem o papel de mobilização social em torno de um tema extremamente contemporâneo. É evidente que há um impacto antropogênico sobre o clima, e nós temos que pensar a respeito disso. O Governo do Estado está empenhado nesse desafio.”
Já o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq-PB), Rangel Júnior, chamou atenção para a necessidade da responsabilidade da sociedade diante das mudanças climáticas. “Precisamos pensar todo esse conjunto de mudanças, tentando interferir nas políticas públicas para que elas efetivamente aconteçam. Precisamos cuidar desde o lixo que produzimos até a hierarquia do poder, porque quem elabora e aprova leis que afetam nosso presente e futuro são aqueles que escolhemos. Por isso, precisamos refletir sobre nosso papel diante das mudanças climáticas.”
O painel em Campina Grande foi encerrado com a realização de visitas técnicas ao laboratório do Insa, ocasião em que os participantes conhecendo de perto pesquisas e projetos desenvolvidos pelo instituto. A estudante Gabrielly de Araújo, que está cursando o terceiro ano do ensino médio e o curso tecnólogo de Edificações no Instituto Federal de Educação da Paraíba, compartilhou sua experiência: “Achei muito interessante. Esclareceu várias dúvidas, conhecemos várias espécies diferentes de plantas e tivemos acesso a materiais importantes, com explicações sobre os efeitos das mudanças climáticas e a riqueza da diversidade da nossa região. Muitas coisas a gente nem sabia que existiam”, comentou.
O painel já passou pelas cidades de Sousa (etapa Sertão) e Monteiro (etapa Borborema), e terá sua etapa final em João Pessoa, nos dias 24 e 25 de setembro, no auditório do IFPB. As inscrições para participar do IV Painel Paraibano de Mudanças Climáticas são gratuitas e podem ser feitas pelo link: https://doity.com.br/iv-painel-pb-mudancas-climaticas .
