As remessas de produtos paraibanos aos Estados Unidos, em 2024, representaram 21,9% das exportações do Estado, o equivalente a US$ 35,6 milhões, com destaque para os setores de alimentos e de couro e calçados, que responderam por um saldo positivo de US$ 30,5 milhões (85,5%) e de US$ 3,6 milhões (10,2%), respectivamente.
Esses dados sobre as exportações da Paraíba para os EUA foram obtidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Pelo levantamento da CNI, as remessas de artigos paraibanos aos americanos deram ao Estado a terceira maior concentração do Brasil de exportações aos EUA.
Reiterando o que tem defendido a CNI, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB) e da Associação Nordeste Forte, Cassiano Pereira, ressaltou que o diálogo e o bom senso devem prevalecer em um processo de negociação com o governo dos Estados Unidos da América (EUA), diante da imposição de uma tarifa de importação de 50% para os produtos brasileiros. As novas tarifas, oficializadas por decreto, têm previsão para entrar em vigor no dia 6 de agosto e podem gerar grandes prejuízos para o setor industrial brasileiro.
Considerando esse cenário, que deve gerar impactos negativos consideráveis na competitividade do setor industrial em todo o Nordeste, com a estimativa de que o prejuízo à Paraíba pode ultrapassar aos R$ 101 milhões, o presidente Cassiano Pereira pontuou que o momento exige, além de cautela, a convergência de esforços, em prol de um diálogo institucional que possa encontrar a solução mais viável para a manutenção da boa relação comercial que existe entre os dois países.
“Na mesma direção do que tem defendido a CNI, a FIEPB e a Associação Nordeste Forte seguem acreditando que o diálogo e a negociação são, neste momento, as melhores alternativas para demonstrar ao Governo Americano que essa sobretaxa vai gerar uma relação de perde-perde para os dois países. Enquanto representantes da indústria do nosso estado e da nossa região, seguiremos atentos ao desenrolar dos fatos, para apoiar e defender o industrial neste cenário de imprevisibilidade”, explicou Cassiano Pereira.