O Ministério Público da Paraíba (MPPB) vai reunir na cidade de Teixeira, na nesta quinta-feira, 30 de outubro, órgãos das três esferas de governo para debater e tentar encontrar solução para o agravamento da crise hídrica que atualmente afeta vários municípios paraibanos, a exemplo do próprio anfitrião do encontro, cujos reservatórios para o abastecimento local já atingiram o “volume morto”.
De acordo a promotora Cláudia Cabral, coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do MPPB, o objetivo central é debater o andamento das obras de infraestrutura hídrica da transposição da água do Rio São Francisco, com foco na transparência, fiscalização e efetividade na execução desses empreendimentos, além de buscar um plano de contingência para a escassez hídrica em municípios afetados pelo fenômeno da estiagem prolongada.
Em Teixeira, segundo a promotora, os mananciais que abastecem a cidade, como Bastiana e Sabonete, registram volume hídrico nulo, enquanto o Riacho das Moças e São Francisco II apresentam menos de 1% de sua capacidade. Esse diagnóstico, explicou Cláudia Cabral, é da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).
Para a audiência pública da próxima quinta-chamados os representantes das Companhias Pernambucana de Saneamento da Paraíba e de Pernambuco, do Dnocs, da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado, da Defesa Civil, da Aesa e da Prefeitura e da Câmara Municipal de Teixeiral.
Obras hídricas
A promotora destacou que a Adutora do Pajeú, uma das principais estruturas de distribuição de água do Nordeste, ainda inacabada, tem como objetivo captar água do Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco para abastecer dezenas de municípios em Pernambuco e Paraíba, beneficiando cerca de 290 mil pessoas.
Além disso, entre o conjunto de obras complementares do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em seu Eixo Leste, destaca-se o Sistema Adutor Transparaíba – Ramal Cariri, que desenvolve a partir do açude Porções, em Monteiro, por onde as águas da transposição ingressam na Paraíba para o abastecimento de 18 cidades, incluindo Teixeira. Conforme a promotora, a chegada as águas depende da conclusão dessas obras complementares.
