Levantamento feito e publicado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontam que os incêndios florestais ocorridos no Brasil em 2024 impactaram 19,2 milhões de pessoas e com prejuízos que somaram R$ 2,1 bilhões. De forma mais ampliada, o estudo mostra que de 2013 até agora o País registrou mais de 2,3 milhões de focos de incêndios florestais, com 24,7 milhões de pessoas afetadas e cerca de R$ 3,3 bilhões em prejuízos.
O estudo realizado pela entidade que resultou no documento denominado de “Incêndios Florestais e seus Impactos nos Municípios Brasileiros”, tem por objetivo orientar planos e embasar pleitos por mais recursos e apoio técnico aos Municípios.
A CNM detalha os danos humanos, materiais e ambientais, além dos prejuízos econômicos em setores como o agronegócio, a pecuária e a infraestrutura pública municipal. Segundo o estudo, de 2013 a 2023, foram 5,4 milhões de pessoas afetadas e R$ 1,1 bilhão em perdas municipais. Portanto, ainda de acordo com aquela entidade, os dados de 2024 representam 65,4% do total dos últimos 12 anos. No mesmo intervalo, a União repassou R$ 1,5 bilhão para prevenção e combate, valor que teria sido inferior à metade das perdas municipais e correspondente a 67% do que foi autorizado no Orçamento.
Para o presidente da Confederação, Paulo Ziulkoski, os dados evidenciam o caráter excepcional e devastador de 2024, quando se concentrou a maior parte dos danos humanos e financeiros da série histórica. “Estamos em alerta para a escalada dos danos ambientais, sociais e econômicos nos últimos anos. Os Municípios têm cada vez mais se preocupado com condições climáticas extremas e as ações humanas, pois os incêndios florestais atingem todas as regiões, com recordes de pessoas afetadas e de prejuízos financeiros”, afirma o presidente da CNM.
Ziulkoski lamenta que os impactos recaiam diretamente sobre as gestões locais. “São os Municípios que mobilizam socorro, assistência humanitária, apoio a comunidades rurais e tradicionais e a recuperação de áreas degradadas. Com orçamento pressionado e repasses insuficientes, ficam na linha de frente sem a contrapartida financeira necessária”, alerta.
Fonte: CNM